sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O grupo Bilderberg

Grupo Bilderberg

O Grupo Bilderberg, Conferência Bilderberg, Reuniões Bilderberg ou Clube Bilderberg é uma conferência anual privada de aproximadamente 120 a 140 convidados exclusivos da América do Norte e Europa, a maioria deles pessoas de influência. Cerca de um terço são da área governamental e política, e dois terços de finanças, da indústria, trabalho, educação e comunicações.

ORIGEM
A conferência original foi realizada no Hotel de Bilderberg, em Oosterbeek, Holanda, de 29 a 31 de Maio de 1954. Foi iniciada por diversas pessoas, incluindo o político polonês em exílio Jözef Retinger, preocupado com o crescimento do antiamericanismo na Europa Ocidental, quem propôs uma conferência internacional em que líderes de países europeus e os Estados Unidos seriam reunidos com o objetivo de promover o Atlantismo - melhor compreensão entre as culturas dos EUA e da Europa Ocidental para promover a cooperação em questões políticas, econômicas e de defesa.

Retinger entrou em contato com o Príncipe Bernhard dos Países Baixos, que concordou em promover a ideia, juntamente com o ex-primeiro ministro belga Paul Van Zeeland, e com o chefe da Unilever na época, o holandês Paul Rijkens.
Bernhard por sua vez contactou Walter Bedell Smith, então chefe da CIA, que pediu a Charles Douglas Jackson, conselheiro de Eisenhower, para lidar com a sugestão. A lista de convidados deveria ser elaborada convidando duas pessoas de cada nação, uma representando um ponto de vista conservador e outra o liberal. Cinquenta delegados de 11 países da Europa Ocidental participaram da primeira conferência, juntamente com 11 norte-americanos.

O sucesso do encontro levou os organizadores a providenciar uma conferência anual. Um comitê gestor permanente foi estabelecido com Retinger nomeado como secretário permanente. Além de organizar a conferência, o comitê de gestão também mantinha um registro dos nomes de participantes e seus detalhes de contato, com o objetivo de criar uma rede informal de indivíduos que poderiam entrar em contato um com o outro de forma privada.

Conferências foram realizadas na França, Alemanha e Dinamarca ao longo dos três anos seguintes. Em 1957, a primeira conferência dos EUA foi realizada em St. Simons Island, Georgia, com 30.000 dólares de patrocínio da Fundação Ford. A fundação forneceu mais financiamento para as conferências de 1959 e 1963.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
As reuniões são organizadas por um comitê de direção com dois membros de cada uma das cerca de 18 nações. Cargos oficiais, além de um presidente do grupo, incluem um Secretário Geral Honorário. Não há uma categoria nas regras como um "membro do grupo". A única categoria que existe é "membro do Comitê de Gestão". Além do comitê, também existe um grupo consultivo independente, embora possa haver membros nos dois grupos.

O economista holandês Ernst van der Beugel se tornou secretário permanente em 1960, após a morte de Retinger. Príncipe Bernhard continuou a servir como presidente das reuniões até 1976, o ano do seu envolvimento no caso Lockheed.
A posição do Secretário-Geral Honorário norte-americano tem sido exercida sucessivamente por Joseph E. Johnson, do Carnegie Endowment, William Bundy de Princeton, Theodore L. Eliot Jr, ex-embaixador dos EUA no Afeganistão, e Casimir A. Yost do Instituto de Georgetown para o Estudo da Diplomacia.

Um comunicado de imprensa de 2008 dos "American Friends of Bilderberg" afirmava que "a única atividade do Bilderberg é sua Conferência anual. Nas reuniões, nenhuma resolução é proposta, nenhuma votação é realizada, e nenhuma política estabelecida" e apontou que os nomes dos participantes estavam disponíveis para a imprensa.

- A sede não oficial do grupo Bilderberg fica em Leiden, na Holanda. -

De acordo com os "American Friends of Bilderberg", a agenda de 2008 lidou "principalmente com um mundo livre de armas nucleares, cyber-terrorismo, África, Rússia, finanças, protecionismo, relações entre EUA e União Europeia, Afeganistão e Paquistão, sobre o Islã e o Irã".

PRESIDENTES DO COMITÊ DE GESTÃO
Prince Bernhard de Lippe-Biesterfeld (1954–1975)
Walter Scheel (1975-1977)
Alec Douglas-Home (1977-1980)
Eric Roll, Barão Roll de Ipsden (1986-1989)
Peter Carington, 6º Barão Carrington (1990 - 1998)
Henri de Castries (desde 2001)

PARTICIPANTES
Historicamente, as listas de participantes priorizaram banqueiros, políticos e diretores de grandes empresas.

Chefes de Estado, incluindo o Rei Juan Carlos I da Espanha e a Rainha Beatrix da Holanda já participaram de reuniões. Políticos proeminentes da América do Norte e Europa participaram no passado. Nos últimos anos, os membros dos conselhos de muitas grandes corporações de capital aberto têm participado, incluindo a IBM, Xerox, Royal Dutch Shell, Nokia e Daimler.

Os participantes da reunião de 2009 na Grécia incluíram: o Primeiro-Ministro grego Kostas Karamantis; Primeiro-Ministro finlandês Matti Vanhanen; Ministro de Relações Exteriores sueco, Carl Bildt; Vice-Secretário de Estado dos EUA, James Steinberg; Secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner; Presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick; Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso; Rainha Sofia da Espanha; e Rainha Beatrix da Holanda.

Em 2009, o grupo organizou uma reunião jantar no Cháteau de Val-Duchesse, em Bruxelas, em 12 de novembro para promover a candidatura de Herman Van Rompuy para Presidente do Conselho Europeu.

Em 2013, uma fonte envolvida no planejamento da reunião do grupo naquele ano em Watford, Reino Unido, teria dito que as pessoas cujos nomes não são revelados publicamente podem as vezes aparecer "apenas para passar o dia".

CRÍTICA
Segundo o presidente Étienne Davignon, a maior atração das reuniões do grupo Bilderberg é que elas fornecem uma oportunidade para os participantes falarem e debaterem abertamente e para descobrir o que realmente pensam figuras importantes, sem o risco de comentários fora de contextos tornarem-se motivo de controvérsia nos meios de comunicação. No entanto, por causa de seus métodos de trabalho que garantem uma privacidade rigorosa, o Grupo Bilderberg tem sido criticado por sua falta de transparência e prestação de contas. Preocupações sobre lobbying também surgiram.
Devido à sua privacidade, o Bilderberg também é acusado de conspiração. Esta perspectiva tem sido popular em ambos os extremos do espectro político, mesmo quando discordam a respeito da exata natureza do grupo.

Alguns da esquerda acusam o grupo Bilderberg de conspirar para impor a dominação capitalista, enquanto alguns da direita acusam o grupo de conspirar para impor um governo mundial e economia planificada.

Em 2001, Denis Healey, um dos fundadores do grupo Bilderberg e, por 30 anos, um membro do comitê de gestão, disse: "Dizer que estávamos lutando por um governo mundial é exagerado, mas não é totalmente injusto. Nós do Bilderberg sentimos que não poderíamos continuar lutando para sempre entre si por nada e matando pessoas e criando milhões de desabrigados. Então nós sentimentos que uma única comunidade através do mundo seria uma coisa boa."

Em 2005, Davignon discutiu essas acusações com a BBC: "Isso é inevitável e isso não importa. Sempre existirão pessoas que acreditam em conspirações, mas as coisas acontecem de uma forma muito mais incoerente... Quando as pessoas dizem que isso (Bilderberg) é um governo secreto do mundo eu digo que, se fôssemos um governo secreto do mundo nós deveríamos estar profundamente envergonhados de nós mesmos."

Em um relatório de 1994 "Right Woos Left", publicado pela Political Research Associates, o jornalista investigativo Chip Berlet argumentou que as teorias da conspiração populistas da direita sobre o Grupo Bilderberg existem desde pelo menos 1964 e podem ser encontradas no livro auto-publicado de Phyllis Schlafly, "A Choice, Not an Echo", que promoveu uma teoria da conspiração onde o Partido Republicano era secretamente controlado por intelectuais elitistas dominados por membros do grupo Bilderberg, cujas políticas internacionalistas pavimentariam o caminho para o comunismo mundial.
Paradoxalmente, em agosto de 2010, o ex-presidente cubano Fidel Castro escreveu um artigo controverso para o jornal do Partido Comunista Cubano, "Granma", onde ele cita o livro de 2006 de Daniel Estulin, "A Verdadeira História do Grupo Bilderberg", onde, como citado por Castro, descreve: "grupinhos sinistros e lobistas do Bilderberg" manipulando o público "para instalar um governo mundial que não reconhece fronteiras e não é responsável perante ninguém, além dele próprio".

Os defensores das teorias da conspiração sobre o Bilderberg nos Estados Unidos incluem indivíduos e grupos como a Sociedade John Birch, o ativista político Phyllis Schlafly, o escritor e jornalista Jim Tucker, o ativista político Lyndon LaRouche, o radialista Alex Jones, e o político Jesse Ventura que tratou do tema em um dos episódios de sua série de 2009, "Conspiracy Theory with Jesse Ventura", da TruTV. Defensores não-americanos incluem o russo-canadense Daniel Estulin.

#BilderbergGroup

VÍDEOS
Jim Tucker e o Grupo Bilderberg: http://goo.gl/cbyssB

Entrevista com Lord Dennis Healey feita por Jon Ronson + Homenagem a Jim Tucker:

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